Quarta internacional

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sábado, 7 de janeiro de 2017

2017, que seja de lutas!

2017 começou como ano de incertezas para o cenário político e macroeconômico. A recuperação econômica do pós crise é extremamente pífia e insuficiente para gerar boa expectativa à população. É que o brasileiro em geral é otimista. As condições sócio-históricas ajudaram muito o brasileiro a desenvolver essa característica. País semi-colonial, de economia majoritariamente agrícola e de abissais desigualdades sociais, o Brasil é lugar de gente que não desanima por pouca coisa. Parodiando as palavras de Euclides da Cunha em Os Sertões, o brasileiro é antes de tudo um forte.

Mas não é de subjetividades que se nutre um estômago humano. A miséria material ganhou corpo com a crise econômica que nos assolou. Muitas famílias voltaram à índices de extrema pobreza ou miséria. O poder de compra conquistado no período anterior desvaneceu, o endividamento cresceu, o desemprego chegou à níveis inacreditáveis. O povo perdeu com a crise.

A burguesia tirou o seu da reta. Os capitalistas preferem demitir em massa a perder uma nesga de sua margem de lucro. E o governo, como não podia deixar de ser na lógica da democracia burguesa, esquece do povo e governa para atender aos interesses dos patrões.

Triste situação a do povo brasileiro! A inflação ameaça um recuo, pequeno, mas um recuo, às custas de uma taxa de juros hiperbólica. A depender da burguesia nacional e de nossa classe política picareta, esse país não alcança o desenvolvimento nunca. A elite brasileira é parasitária. Se ao menos tivéssemos uma burguesia interessada no progresso da economia, no desenvolvimento. Absolutamente, não é disso que se trata no Brasil. Os capitalistas daqui estão mais interessados em viver de juros da dívida pública. E a agiotagem come solta, institucionalizada. Quase metade do orçamento da união é revertido para a farra dos especuladores dos títulos da dívida. 2016 levou cerca de 600 bilhões de reais aos bolsos dessa meia dúzia de famílias que parasitam o estado brasileiro.

Dinheiro que deixa de ir para a construção de escolas, hospitais, habitação popular, etc. O brasileiro se mata de trabalhar o ano todo, com medo do desemprego, temendo a inadimplência, correndo contra o relógio para prover o sustento da família; e enquanto isso os parlamentares em Brasília se rasgando para passar a PEC 55 que estagna por 20  anos os recursos orçamentários, tudo em função de garantir superávit fiscal. Trocando em miúdos, tiram da esmagadora maioria para financiar os bons vivants que financiam suas gordas campanhas eleitorais.

A Rede Globo não fala disso. Os comentaristas de economia da imprensa não tocam nesse assunto. Tratam do serviço da dívida como se fosse a coisa mais natural do mundo. Bradam a necessidade de reformas como a trabalhista e a previdenciária e dizem que só assim se consegue credibilidade e investimentos. É o Brasil mais refém do que nunca a essa camarilha de usurpadores que vivem de ludibriar as pessoas simples.

Mas nós não nos dobramos! A esquerda brasileira, os movimentos sociais combativos, estarão nas ruas e nas manifestações, nas greves, nos piquetes, garantindo que haverá resistência aos golpistas, que a classe trabalhadora não aceitará retrocessos. 2017 tende a ser um ano turbulento para quem se propõe a fazer revolução, aos que não estão dispostos a se curvar ao senso comum e à miséria.

Queremos salário mínimo vital de acordo com o valor do DIEESE, cerca de R$4,000, com reajustes mensais de acordo com a inflação do período, para garantir o sustento das famílias operárias, queremos redução da jornada de trabalho sem redução de salários, queremos emprego, saúde, educação, moradia, saneamento básico, segurança decente, sem uma polícia assassina e a serviço dos poderosos. Queremos igualdade, respeito, queremos participação política de verdade nos rumos da nação. Contra as privatizações, pela prisão dos vende-pátria, pela democratização da mídia, pela reforma agrária!

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